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Micro-projetos de apoio humano
From: |
Movimento Umanista |
Subject: |
Micro-projetos de apoio humano |
Date: |
30/07/2002 |
Escolhemos sua associação pelo tipo de atividade que desenvolve e os
propósitos de transformação declarados nos seus programas.
Nos gostaria muito ver como poderiamos conectar a iniciativas e as
próprias do MovimentoHumanista, que explico nas próximas linhas.
Muito obrigado pela tua atenção.
O meu nome é Giorgio Carlo Schultze, e moro em Milão (Itália). Sou um
dos Coordenadores do Movimento Humanista (ver enquadramento ideológico
e material informativo), fundador e presidente da Associação
”Centri Umanisti de Comunicazione Diretta” que funciona na Itália (Milão),
India (Madras, Tamil Nadu), Senegal (Dakar, Ndande), Gambia (Banjul),
Mali (Bamakò, Kità ) desenvolvendo micro-projetos de apoio humano
relativos à saúde, educação, meio ambiente, energias renováveis,
defesa dos direitos humanos, etc., através da FIAU-Itália (Federazione
Internazionales de Apoggio Umano).
É minha intenção -e da Associação- começar trabalhar para
desenvolver alguns projetos no Brasil.
Já, em 1989, fizemos na Itália uma grande campanha
- “Amazzonia Vivrai!”- de denúncia internacional da destruição da floresta,
das comunidades indÃgenas e das formas de exploração exercidas pelas
principais multinacionais (FIAT, ENI, MONTEDISON etc.) e bancos (BNL,
Cariplo etc.) italianos.
Nesse contexto realizamos um encontro internacional no Rio de Janeiro
(7 de julho 1989) e uma primeira viagem para o Acre (onde conhecemos
as organizações de seringueiros do Chico Mendes, assassinado alguns
meses antes); para Xavantina (onde vivemos por alguns dias junto a
Benjamin Vapariá e os Xavantes); para Roraima (onde conhecemos, em Boa
Vista o cacique dos Macuxi) e para Belém (onde encontramos o Prof. D.
A. Posey e os diretores do Museu EmÃlio Goeldi e onde nos foram
apresentados os estudos e a mostra fotográfica “A ciência dos
Mebengokre: alternativas contra a destruição”).
Agora estamos organizando uma segunda viagem. Chegaremos a São Paulo
no dia 10 de agosto e, de acordo aos contatos que se realizem e ao
interesse de encontrar-nos, viajaremos depois para várias cidades do
interior de Brasil (além de São Paulo, Rio Branco, Manaus e Salvador
previstas até o momento).
Antes de continuar a descrição desta viagem e dos projetos que
gostarÃamos de desenvolver, parece-nos necessário apresentar
brevemente alguns pontos caracterÃsticos da nossa Associação e do
Movimento Humanista em geral.
Não contamos com apoio de bancos, grupos industriais ou comerciais.
Não temos “sponsors” governamentais, religiosos ou de marcas
de tênis esportivos mais ou menos disfarçados. Não somos uma ONG e nem
trabalhamos como estas.
Os nossos projetos se estruturam seguindo os princÃpios
de “proporção”, de “reciprocidade”, de auto-organização da base
social” e de “controle direto”.
Em poucas palavras, podemos dizer que nossos projetos:
- São promovidos sem intermediação de governos, instituições ou
otras organizações que não permitam o controle direto das populações
beneficiárias (auto-organização), nem a aplicação dos benefÃcios
obtidos em outras pessoas ou povos (reciprocidade). - - São
financiados diretamente pela população dos bairros, escolas,
escritórios e oficinas italianos onde o Movimento Humanista está
enraizado; esse financiamento é proporcional aos recursos disponÃveis
ou conseguidos pela população beneficiária do projeto. - -
São proporcionais à participação direta da população
interessada. - - Estão orientados à criação de condições para
uma verdadeira “revolução” não violenta; uma revolução de
valores, de mentalidade; uma revolução na estrutura das relações sociais,
econômicas e - porque não - polÃticas e militares, para dar
respostas verdadeiras às necessidades de comunidades inteiras e às aspirações
mais profundas de cada ser humano (seja no lugar de destino do projeto
ou em seu lugar de origem).
Como todos sabemos, as pontas da tesoura “pobreza-riqueza” estão se
afastanto de modo exponencial e, na medida em que a primeira vai se
extendendo a capas cada vez maiores da população, a segunda vai se
concentrando em um número menor de mãos.
Tudo isso está acontecendo como conseqüência, por uma parte, da ação
predadora das grandes forças econômicas e dos polÃticos
“funcionais” a elas, dentro deste sistema neoliberal, agressivo e violento. Por
outra
parte, as respostas isoladas e circunstanciais, sem o necessário apoio
(pelo menos desde o ponto de vista informativo e, no mÃnimo, a nÃvel
internacional), não conseguem modificar nem as regras do jogo nem a
direção dos acontecimentos.
Ao mesmo tempo, as respostas violentas e catárticas deixam a situação
inalterada e, em alguns casos, até oferecem pretextos e são, ao mesmo
tempo, “funcionais” a novas formas de discriminação ou
repressão violenta por parte do Estado ou de minorias armadas.
Neste esquema que se aplica a escala mundial (globalização, mercado
único, etc.) e que chega a afetar a cada ser humano, se não se
estabelecem relações diretas entre as pessoas e também entre as
diversas formas de associação e organização de base, o resultado, no
curto e meio prazo, será a “guerra entre os pobres do
planeta”, sem um projeto nem uma direção comum que não seja aquela vinculada Ã
simples
sobrevivência.
Nós estamos construindo estruturas com centos de milhares de homens e
mulheres voluntários que pensam e desejam uma “nação humana
universal”, onde nas bandeiras esteja escrito: “nada por
cima do ser humano e nenhum ser humano debaixo de outro”. Trata-se de uma
aspiração que não é uma utopia, mas, uma urgente necessidade, o
motor, o vento inspirador de um novo mundo, de uma nova “nação”
diversa nas regiões, nos idiomas, nas culturas e costumes, diversa na
religiosidade e no ateÃsmo, diversa na subjetividade e respeitosa das
diferenças como fator de enriquecimento.
Estamos construindo, com milhares de homens e mulheres que não
pregam, mas praticam o princÃpio que diz: “trata aos outros como
queres que te tratem”. Regra de ouro universal, escrita em milhares
de linguas e em todo libro sacro, mas nunca percibida como prática social.
Estamos trabalhando como Movimento Humanista em 102 nações, pondo em
andamento e apoiando atividades em todos os setores possÃveis e sempre
mantendo os principios de proporção, reciprocidade, auto-organização e
controle direto. Nestes 30 anos de experiência, conseguimos
desenvolver instrumentos de formação pessoal e de organização em
muitas culturas e idiomas. Esses instrumentos estão agora à disposição
de todos os que pensam e acreditam que uma mudança é necessária e
possÃvel.
Se vocês concordam com todo o dito, e, se ficam interessados em
atuar conosco em projetos baseados na auto-organização e a
reciprocidade a nÃvel local, num contexto internacional mais amplo,
sem renunciar à própria identidade e atividade de sua associação ou
organização, os convidamos tomar contato conosco antes da nossa
chegada em São Paulo, 10 de agosto próximo, escrevendo para o seguinte
endereço eletrônico: address@hidden
Com grande apreço pelo que já estão fazendo e com a esperança de
poder encontrar-nos, recebam com esta mensagem um forte abraço
Giorgio Schultze
address@hidden
enquadramento.rtf
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